O caminho do humanismo

Joaquina Pires-O’Brien

O humanismo é a ideia de que a ética e a governança política devem basear-se no melhor conhecimento existente sobre a natureza, o qual, por sua vez, refere-se às melhores teorias correntes sobre o mundo, incluindo a condição humana. O humanismo é um tópico tratado pelos filósofos éticos, notadamente pelo britânico A. C. Grayling. Este afirma que o humanismo não é uma doutrina acabada, mas, sim, um caminho de vida no qual cada indivíduo trabalha em direção a objetivos que ele próprio escolheu com base nos valores humanistas. Pela própria definição, o humanismo tem bastante afinidades com o secularismo ou governança social secular ou laica, e com o ateísmo, que se refere à negação da existência de agenciamentos ou agentes sobrenaturais.

O entendimento dos valores humanistas requer compreender o sentido da palavra ‘ natureza’ e de seus derivados, o que pode ser um pouco confuso pelo fato de que ‘ natureza’ vem de ‘natural’ e ‘natural’ é, geralmente, entendido pela contraposição com ‘artificial’, ou seja, com as coisas que o homem construiu ou modificou. Portanto, quando pensamos em ‘natureza’, em geral, estamos pensando em paisagens, plantas ou animais; enfim, em coisas que estão próximas de nós, aqui mesmo no nosso planeta. Na filosofia, entretanto, a natureza é entendida contrastando-a com aquilo que não é natureza, ou seja, com o sobrenatural, termo que significa simplesmente ‘ aquilo que fica além da natureza’. Portanto, para a filosofia, ‘natureza’ é todo o universo físico, abrangendo matéria, energia, constituintes do mundo biológico, seres vivos, incluindo os seres humanos, bem como a sociedade humana e seus produtos. As demais coisas que não têm uma existência física, como as entidades e fenômenos sobrenaturais, sejam do folclore sejam da religião, como bruxas, fadas, duendes, anjos, demônios, espíritos, fantasmas e milagres, são designadas pela filosofia como ‘sobrenaturais’.

Críticas ao humanismo
Embora existam muitas críticas negativas ao humanismo, tais críticas devem ser tomadas como algo positivo, mesmo porque uma crítica é sempre melhor do que um silêncio. A reconhecida justaposição do humanismo com o ateísmo faz com que uma boa parte das críticas ao humanismo coincida com aquelas dirigidas ao ateísmo. Ateístas tendem a ser vistos com receio e, às vezes, como inimigos da sociedade, como é o caso do pensador britânico Richard Dawkins, notabilizado pela estridente campanha em favor do ateísmo. Também o humanismo incorre no risco de ser escorraçado pelos zelotes da religião, devido à sua pretensão de trocar a crença por princípios verdadeiros. Entretanto, os humanistas de um modo geral concordam que o humanismo deve ser disseminado com sensitividade, a fim de não alienar os interlocutores religiosos porém módicos, cuja participação no diálogo é considerada um avanço.

Outra crítica aplicável tanto ao humanismo quanto ao ateísmo é a pouca representatividade das mulheres. O humanismo da Antiguidade foi um humanismo pela metade, pois a maioria dos sábios desse período não aceitava que as mulheres tivessem a mesma capacidade intelectual que os homens. A única exceção conhecida é Sócrates, que, num dos seus diálogos escritos por Platão, afirmou que não existia nenhuma ocupação a qual não pudesse ser exercida tanto por homens quanto por mulheres, e defendeu a educação igual para homens e mulheres na sociedade ideal imaginada por Platão. Todavia, a opinião de Sócrates não foi levada a sério pelos seus interlocutores. Apenas a partir do Iluminismo do século XVIII é que as mulheres começaram a ser incluídas nos meios intelectuais. Não obstante, a participação das mulheres nos debates intelectuais tem crescido com demasiada lentidão. Todos os principais porta-vozes do ateísmo moderno são homens: Friedrich Nietzsche, Karl Marx, Charles Darwin, Sigmund Freud, Richard Dawkins, Christopher Hitchens, Sam Harris e Daniel Dennett.

O humanismo tem recebido duas críticas específicas. A primeira é que tem se apresentado como se fosse uma religião. A segunda é que não vale pena buscar valores baseados nas pessoas, pois a natureza humana é corrupta e vil.

A primeira crítica é baseada nas cerimônias promovidas pela Associação Humanista Britânica, que possui uma rede de celebrantes acreditados que presidem funerais, casamentos e uniões cíveis e cerimônias de dar nomes a bebês. A introdução de tais cerimônias ocorreu em resposta à grande crítica feita à abolição das religiões: o que é que vamos colocar no lugar das mesmas. O humanismo organizado é uma agremiação secular e não uma religião. Seja qual a designação dada ao humanismo, este não tem o principal caracterizador da religião que é o agente ou agentes supernaturais.

A outra crítica ao humanismo, de que não vale pena buscar valores baseados nas pessoas, pois a natureza humana é corrupta e vil, é rebatida por dois argumentos. O primeiro é a visão otimista do humanismo, que enxerga a corrupção humana como uma espécie de erro no processo de seleção natural, que deve diminuir à medida que o conhecimento avança. O segundo argumento é o fato de que natureza humana é o que é, independentemente de crenças religiosas. O filósofo Daniel Dennet cita um estudo o qual revelou que não existe nenhuma evidência de que as pessoas que não creem no derradeiro prêmio ou punição sejam mais propensas a matar, estuprar, roubar ou quebrar promessas feitas. Dennett também cita outro estudo, na área dos valores de família, o qual revelou que ateístas tinham a menor proporção de divórcios e que cristãos renascidos, a maior.

Origens do humanismo
Há duas suposições erradas sobre a origem do humanismo. A primeira é a de que humanismo surgiu no Renascimento, uma suposição baseada na existência de um ‘ humanismo renascentista’. A segunda é a de que o humanismo é contemporâneo, uma vez que o secularismo e o ateísmo nos quais se baseia também o são. Contudo, o chamado ‘humanismo renascentista’ refere-se ao estudo das humanidades no Renascimento e não ao humanismo objeto deste ensaio. Conforme mostrou Grayling, o estudo das humanidades no Renascimento ocorreu sempre sob a vigia constante das autoridades eclesiásticas, quer da Igreja Católica, quer das Igrejas Reformadas. Greyling mostrou, ainda, que isso não significa que não havia humanistas durante o Renascimento, mas, apenas, que o pensamento humanista no Renascimento era o mesmo da filosofia clássica grega e romana.

Na época clássica, já havia filosofias de caráter humanista como o debate sobre o bem viver, a tranquilidade e segurança interior (ataraxia) e o dever. Sócrates, cujas ideias chegaram até nós através de Platão, encorajava as pessoas a pensar seriamente sobre as suas vidas. Platão desenvolveu as noções do ‘bem’ e do ‘bem viver’ de Sócrates, mostrando que as pessoas têm uma alma na qual reside não só a razão como também as emoções (timo), e que é preciso proteger a razão do domínio das emoções, caso contrário, o indivíduo se torna um escravo das coisas que são evanescentes, como riquezas e prazeres corporais. O humanismo de Platão aparece com mais firmeza no dilema de Êutifron, um exemplo da circularidade do argumento da moral religiosa: um determinado ato é errado, porque uma divindade afirmou que é; ou é proibido pela divindade, porque é errado?

Dentre os antigos, Aristóteles foi o que mais contribuiu para o humanismo pelo fato de ter desenvolvido uma filosofia ética, baseada inteiramente na análise do comportamento humano e focalizada no desenvolvimento do bom caráter. Aristóteles fez isso, aplicando a noção do bem viver às coisas práticas, isto é, fazendo da virtude a própria razão prática. No seu livro Ética a Nicômaco, Aristóteles afirma que a felicidade é a vida plena, na qual a alma (psyche) age de acordo com a virtude (arete). Esse tipo de felicidade é o bem supremo (summum bonum) que dá o objetivo e mede o valor de todas as atividades humanas, e somente está disponível aos indivíduos realmente livres. Nesse mesmo tratado, Aristóteles questiona as disposições (hexeis) da pessoa para fazer algo ou desejar uma coisa, e afirma que o homem virtuoso não almeja diretamente a felicidade, mas, sim, a realização.

Os valores humanistas continuaram a ser desenvolvidos nas duas escolas de filosofia do mundo helênico, que valorizavam a serenidade ou ataraxia: a dos epicuristas e a dos estoicos.

As escolas de filosofia ética
Os valores humanistas têm bastante afinidade com aqueles disseminados pelo epicurismo e pelo estoicismo, as duas principais escolas de filosofia ética. Ambas são naturalistas e baseiam-se na busca da felicidade (ataraxia) no sentido de serenidade e contentamento. A escola de Epicuro (341-270 a.C.) de Samos, ou epicurismo, pregava que as pessoas deviam buscar o prazer em referência às coisas imateriais e evitar sofrer com coisas que estão fora do nosso controle, como a ansiedade quanto à morte e ao que vem depois. A respeito da própria morte, Epicuro escreveu: ‘Eu não era; fui; não sou mais; não me importo.’. Estes dizeres tem sido frequentemente usados nos funerais humanistas na Inglaterra. Infelizmente, os valores do epicurismo foram, posteriormente, deturpados, passando a representar o hedonismo ou o apego às coisas materiais, que é o oposto daquilo que Epicuro pregava.

A outra escola de filosofia ética, o estoicismo, pregava que o desapego e o cultivo da temperança eram o caminho da ataraxia. O desapego para os estoicos significa ser indiferente ou neutro em relação às questões da vida, enquanto que a temperança significa ter autocontrole sobre os nossos pensamentos. Assim, o estoico se distancia das questões e evita se imiscuir em altercações, e encara, com coragem, as vicissitudes da vida que escapam ao nosso controle. Podemos considerar o estoicismo como um antecedente da ‘filosofia pública’ contemporânea, pois ganhou o suporte da população de elevado nível educacional, independentemente da classe social. De fato, os dois grandes expoentes do estoicismo, Epiteto (Epictetus, viveu no primeiro século) e Marco Aurélio (121-80), vieram de extremidades opostas de classe social. Epiteto era um escravo e Marco Aurélio foi imperador de Roma. Outros estoicos notáveis são Cícero (106-43 a.C.), Sêneca (2 a.C-65 d.C.) e o pensador árabe Averroes (1126-98).

Plutarco
O filósofo Plutarco (46-c.122) segue a mesma linha de ensinamentos pelo discurso e debate usada nos ‘Simpósios’ de Platão. O filósofo Grayling cita o seu ensaio ‘O Simpósio’, cuja tradução para o português é ‘O Banquete dos Sete Sábios’, a fim de ilustrar uma visão bastante humanista, que é a responsabilidade do indivíduo de se autoaprimorar a fim de alcançar a boa convivência. No seu ensaio, Plutarco descreve os diálogos dos filósofos convidados a um banquete no século VI AEC, no início da Antiguidade Clássica, na vicinalidade de Lequeum, próximo ao altar de Afrodite. O anfitrião do banquete é Periandro, originário de Corinto, um homem de um certo despotismo que havia sido rejeitado para o círculo dos sábios, mas que, apesar disso, gostava da boa companhia. Assim como Periandro, os sábios também gostavam da boa companhia e por isso aceitaram de bom grado o convite para o banquete. Eles eram: Tales de Mileto, Bias de Priene, Pítaco de Mitilene, Sólon de Atenas, Quílon de Esparta, Cleóbulo de Lindos e Anacarsi de Cítica. Plutarco introduz, ainda, outros personagens, incluindo duas mulheres, e outras narrativas. Durante a conversação do banquete, os sábios ponderaram que a preparação do banquete não era uma responsabilidade apenas do anfitrião, mas de todos os convidados. A preparação correta dos convidados a um banquete vai muito além do vestuário, pois o melhor ornamento do indivíduo é o seu caráter. Os bons convidados dão prazer pela boa conversação, enquanto os maus convidados são descorteses e incomodam os demais. Portanto, o convidado a um banquete tem a obrigação de saber conversar, o que requer uma longa preparação em termos de adquirir conhecimentos, ter opiniões e saber expressá-las e defendê-las.

Marco Túlio Cícero
Marco Túlio Cícero (106-43 a.C.) é o incontestado precursor do humanismo moderno. Tal é a importância de Cícero que são muitos os intelectuais humanistas que escreveram sobre ele. Durante o Renascimento, Cícero ganhou a admiração tanto dos intelectuais renascentistas quanto das próprias autoridades eclesiásticas, que imitaram o seu estilo nas traduções latinas da Bíblia. A obra de Cícero que mais se identifica com o humanismo é um ensaio dramático De Senectude (‘A Velhice’ ou ‘ Saber Envelhecer’, em traduções em língua portuguesa) escrito em 45 a.C., cujo protagonista maior é Marco Catão, o velho, em uma idade avançada. Outros dois personagens são Lélio, o jovem, e Scipio, o jovem. Na casa de Catão, Lélio e Scipio comentam que estão surpresos em ver como Catão estava bem pela idade dele e pedem-lhe conselhos. Cícero utiliza-se dos diálogos criados para pensar sobre a própria situação, visto que acaba de completar seus sessenta anos. Termina com o reconhecimento de que a velhice é o último ato do drama da vida, do qual devemos procurar escapar quando o este se torna pesado demais ou quando achamos que demos o que tínhamos que dar.

Tito Lucrécio Caro
Tito Lucrécio Caro (c. 99-57 a.C.) ou simplesmente Lucrécio, é conhecido pelo seu poema didático De Rerum Natura (Da Natureza das Coisas), escrito por volta de 50 a.C., em seis volumes de versos hexâmetros, nos quais ele explica as teorias de ponta acerca da origem do universo, ao mesmo tempo em que tenta erradicar a superstição e as crenças religiosas, as quais ele condena como fontes da maldade e da miséria humanas. Lucrécio valoriza o bem viver através da calma e tranquilidade. A importância de Lucrécio é que ele representa um estágio do desenvolvimento do conhecimento humano que foi atropelado pela chegada do cristianismo, o qual o difamou, fazendo com que sua obra fosse condenada e esquecida.

A obra de Lucrécio foi perdida e reencontrada apenas em 1417. Foi revalorizada no século XX, quando ganhou traduções para diversas línguas. Nela, Lucrécio faz uma crítica às superstições da sociedade romana e dá uma explicação sobre o mundo, inteiramente baseada na matéria da qual o mundo é formado, sem interferências supranaturais. Acerca das superstições, Lucrécio se refere ao medo do inferno, como mostram os versos abaixo citados:

‘Assim como as crianças, que no escuro tremem de medo e temem tudo, nós, na claridade, às vezes temos receio de certas coisas
que não são mais terríveis do que aquelas que as crianças temem
no escuro e pensam que acontecerão a elas’.

‘Na verdade, aqueles suplícios que dizem existir
no profundo Inferno, estão todos aqui, nas nossas vidas’

Quanto à explicação naturalística do mundo, um dos tópicos mais conhecidos, descreve a teoria atômica de Demócrito, sobre a qual ele menciona os átomos se movendo no espaço como as partículas de poeira na luz do sol. Lucrécio Giovanni Criatofolini, um professor de botânica de Bologna, Itália, chamou a atenção para o fato de que Lucrécio delineou as ideias da descendência com modificações, da sobrevivência das espécies melhor adaptadas, e da seleção natural, o que o torna o precursor da teoria evolutiva. Segundo Criatofolini, Darwin, possivelmente, desconhecia a obra de Demócrito, pois o único autor da Antiguidade que ele cita é Aristóteles.

O Iluminismo
O Iluminismo do século XVIII, movimento caracterizado pela primazia da razão e da ciência na resolução dos problemas políticos e sociais, permitiu que o humanismo moderno se estendesse da elite pensante à população leiga bem informada. O Iluminismo opôs-se às barreiras do progresso humano como a monarquia absolutista, a religião organizada, a superstição e o clericalismo. Os seus motes eram: tolerância, liberdade de pensamento e expressão, ciência e sociedade política apoiada no contrato social. Durante o Iluminismo, muitos filósofos e pensadores declararam abertamente ser ateístas, como o Barão de Holbach (Paul-Henri Thiry, 1723-89), Denis Diderot (1713-84), David Hume (1711-76) e o Marquês de Condorcet (Marie-Jean-Antoine-Nicolas de Caritat, 1743-94). O ideário iluminista sofreu um retrocesso a primeira metade do século XIX, o qual perdurou até 1859 com a publicação de A Origem das Espécies, de Charles Darwin (1809-82). Em suma, no Ocidente, o Iluminismo gerou a sociedade secular moderna capaz de entender e valorizar o humanismo.

O caminho humanista
O caminho humanista rejeita tudo quanto é supranatural e, por esta razão, rejeita as religiões. Os humanistas entendem que a religião é um fenômeno natural, isto é, que evoluiu na sociedade humana, juntamente com diversos outros fenômenos também naturais como a música, consciência, cognição e gregarismo. A religião é considerada a mais robusta de todas as criações do homem, pois é defendida por uma dupla armadura, formada pela capacidade de colocar as pessoas sob um encantamento e por criar o tabu do questionamento.

Conforme explicou Grayling, o humanismo é o caminho de vida escolhido pelos humanistas, isto é, pelos indivíduos que optaram por viver de uma maneira cordial em relação aos outros e que buscam a vida de boa qualidade, através das relações com as demais pessoas. Isto inclui optar por decisões morais, baseadas no melhor conhecimento da natureza e da condição humana, sem expectativas egoístas e ingênuas de ajuda de algum agenciamento supranatural.

O humanismo não é uma doutrina, mas um caminho para a vida significativa, baseada inteiramente no respeito mútuo entre as pessoas. Tal respeito implica na aceitação de coisas até então vistas com certo receio como a autodeterminação sexual e o suicídio. O humanismo moderno reconhece a importância do bom relacionamento humano para com as demais pessoas.

Os apologistas da religião costumam definir o humanismo como um comportamento pós-moderno. Entretanto, conforme mostrou Grayling, o humanismo é uma ideia que pode ser traçada à diversos sábios da Antiguidade, desde Sócrates (469-399 a.C.), Platão (c.428-c.348 a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.) até Plutarco e Cícero. O banquete de Plutarco, por exemplo, representa a participação e a inclusão. Nele, os convidados conversam entre si, trocando ideias. Um dos tópicos que debatem é o que é necessário para que um evento desse tipo seja bem sucedido e concluem que a coisa principal é capacidade de os convidados de conversarem bem. Podemos comparar o sucesso do banquete ao sucesso da nossa vida e da nossa civilização. O saber conversar bem equivale à obrigação de nos engajarmos permanentemente no aprimoramento próprio, a fim de nos relacionarmos bem com os outros.

Embora o humanista seja, geralmente, um ateu, ele não busca convencer os outros a esse respeito. A moralidade humanista inclui encorajar as pessoas a enfrentar os problemas do presente e a ter fé no futuro. Faz isso sem rituais, sem mitos e sem promessas de punições ou premiações numa elusiva vida posterior. O caminho humanista envolve assumir a responsabilidade por encontrar o significado da própria vida. Como isso é feito? Em primeiro lugar, fazendo perguntas, para depois pensar, repensar e julgar por si próprio. Podemos imaginar o humanismo como um clube com certas regras, mas aberto a todos. Tudo que o é preciso para participar desse clube é manter abertos os olhos, a razão e a boa vontade para com nossos semelhantes.

Referências
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Criatofolini, Giovanni (2015). A Note on Darwin’s Harbingers. The Linnean, 31 (2) October, pp. 7-8.

Dennet, D. C. (2007). Breaking the Spell: Religion as a Natural Phenomena. Penguin. Kindle edition.

Grayling, A. C. (2009). Ideas That Matter: A Personal Guide for the 21st Century: The Case Against Religion and For Humanism. A Weidenfeld & Nicolson ebook.

Grayling, A. C. (2013). The God Argument: The Case Against Religion and For Humanism. Bloomsbury Publishing, London.

Law, S.(2011). Humanism. A Very Short Introduction. Oxford University Press.

Plato (1986). The Dialogues of Plato, translated by Benjamin Jowett. In: Maynard Hutchins, Robert, Editor in Chief, Great Books of the Western World 7, Plato. William Benton, Publisher, Chicago.

Plato (1989). Plato Symposium. Translated with Introduction & notes by Nehamas, A. & Woodruff, P. Hackett Publishing Company, Indianapolis and Cambridge.

Plutarch. Copyright. The work appears in pp345-449 of Vol. II of the Loeb Classical Library’s edition of the Moralia, first published in 1928. It is now in the public domain pursuant to the 1978 revision of the U. S. Copyright Code, since the copyright expired in 1956 and was not renewed at the appropriate time, which would have been that year or the year before. Fonte: Http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Texts/Plutarch/Moralia/Dinner _of_the_Seven*.html

Xenophon (1998). The Symposium. Translated by H. G. Dakyns. Ebook no 1181. Project Gutenberg.

Palavras-Chave: Plutarco, Plutarch, Xenofonte, Xenophon, Platão, Plato, symposium, simpósio, banquete, humanismo, iluminismo, A C Grayling, Grayling, Marco Aurélio, Epiteto, Cícero, Sêneca, Darwin, Daniel Dennett


Reconhecimentos

Revisão: Débora Finamore

Citation:

PIRES-O’BRIEN, J. O caminho do humanismo. PortVitoria, UK, v.12, Jan-Jun, 2016. ISSN 2044-8236