O liberal é um radical ou um conservador?

Fernando R. Genovés

I. A identidade em discussão

Ser liberal [libertário] é uma determinada atitude ante a realidade ou envolve também a adoção de um credo político definido e uma linha normativa de ação? A caracterização de ‘radical’ ao liberal é justa? Por que o liberal não acaba se ajustando ao protótipo do conservador e muito menos ao do extremista?

Extrair a voz ‘radical’ ou o ‘radicalismo’ em relação à práxis do liberalismo [libertarianismo] conduz, numa primeira aproximação do assunto, ao encontro com os usos da linguagem ordinária, onde ‘radical’ é, geralmente, aceito como sinônimo de ‘violento’, ‘extremista’. É necessário limpar o terreno de obstáculos conceituais que não deixam visualizar o horizonte abrangente.

Ser radical significa, no sentido restrito, ir à raiz das coisas. Os primeiros filósofos foram, essencialmente e necessariamente, radicais: buscavam conhecer o princípio fundamental — a natureza — das coisas; não o que parece a nós, mas sim, o que são na realidade. ‘Radical’ pressupõe, portanto, e principalmente, uma determinada atitude perante a vida.

A noção de ‘liberalismo’ nasceu na Espanha durante o século XIX. Não obstante, o debate sobre o que constitui políticas radicais (políticas no sentido restrito de politics, e também no sentido mais amplo de policies) na História do Ocidente surgiu no final do século XVIII nas terras britânicas e americanas, quando muitos de seus pensadores e políticos se viram sacudidos pela fenomenal comoção (o ‘cataclismo’, na denominação de Leo Strauss) causada pela Revolução Francesa. Todavia, as controvérsias sobre as potencialidades do radicalismo político remetem a feitos anteriores, todos eles vinculados, de uma maneira muito significativa, a eventos revolucionários: a Revolução Gloriosa britânica de 1688 e a Revolução Americana de 1776.

Os panfletos radicais da época, que construíam virtudes normativas a partir de feitos consumados, eram repletos de otimismo; em todo lugar eles animavam o aprofundamento e a extensão dos direitos naturais do homem, a soberania popular, o sufrágio universal e a derrocada das tiranias de todos os tipos.

Enquanto que Edmund Burke rejeitou de cara e sem reservas a opção revolucionária francesa desde o primeiro momento, Alexis de Tocqueville, por sua vez, adotou uma atitude suavemente compreensiva a respeito da mesma, dividindo entre os dois lados em jogo (cf. o Antigo Regime e a Revolução) as responsabilidades e os erros. Thomas Carlyle, com o espírito repleto de romantismo e apaixonado pelo heroico, confrontou a questão pelo ponto de vista de um poeta que canta eventos de estatura épica e com sabor de sangue e de tragédia.

Durante o século XIX, o radicalismo adquire nos países anglo-saxões um tom marcadamente teórico e filosófico, de orientação utilitarista, o que fez com que não perdesse a índole prática e consequencial do tema. ‘Filósofos Radicais’ é, precisamente, a rotulagem que John Stuart Mill e seus seguidores adotaram na hora em que se fizeram conhecer no Parlamento e na sociedade. O seu objetivo era acelerar as reformas sociais e revitalizar a abertura das crenças (ou das mentes) na população, tudo isso pela transformação final do antigo regime aristocrático numa sociedade livre, de mercado, moderna, secular, democrática e liberal.

Apesar de ter uma disposição decidida para aprofundar e ampliar as conquistas de liberdade na vida pública, o ser radical remete mais a uma atitude pessoal do que ao seguimento restrito de um prontuário programático coletivo; para pôr em prática o coletivismo e o planejamento já há o comunismo em suas variadas versões. Não importa que a doutrina radical tenha, em certas ocasiões, se materializado em programas de partidos políticos identificados por tal rótulo. Seja como for, o ser radical, pela sua própria natureza, resiste a atrelar-se a um programa político de objetivos últimos, ou submeter-se à disciplina da aparelhagem de partidos.

Algo similar poderia ser dito do indivíduo liberal, se entendermos por tal o indivíduo para quem a ideia de liberdade significa algo ‘sagrado, como a vida ou a propriedade’ (Lorde Acton); e, o ‘sagrado’ entendido como sinônimo de superior, principal, intocável e inalienável. Lorde Acton afirmou enfaticamente que a liberdade é mais uma questão de moral do que de política. Porque, se a liberdade implica não estar submetido ao domínio dos outros, ou estar o mínimo possível, é preciso que os indivíduos aprendam a controlar-se por si mesmos, a cuidar de si mesmos e a praticar a liberdade na primeira pessoa. Nenhuma outra coisa significa, a rigor, a ética.

Eis aqui a vivência radical do liberalismo. Conforme declarou José Ortega y Gasset, na mesma linha de pensamento de Lorde Acton, o liberalismo ‘é uma ideia radical sobre a vida’; significa crer que cada qual pode (e deve) realizar a sua individualidade e o seu ‘intransferível destino’. Essa posição abunda na tradicional interpretação da liberdade, caracterizada como liberdade negativa, isto é, como a inexistência ou o livramento de coação nas ações humanas. Devemos a Isaiah Berlin algumas das mais relevantes contribuições sobre o tema. Não obstante, há outras menos conhecidas, como esta de Jaime Balmes, que nos parecem igualmente concludentes: “Seja qual for a acepção adotada para a palavra liberdade, é patente que o seu significado inclui sempre a ausência daquilo que impede ou constrange o exercício de alguma faculdade.”

É, na ênfase posta na caracterização da liberdade, na importância reconhecida de sua própria existência e na radicalidade de sua defesa, onde encontramos notórias diferenças entre liberais e conservadores. Para o liberal, não há outro objetivo humano maior do que a liberdade. Nenhum outro valor o solapa ou supera, pois tudo o que é valioso no homem requer necessariamente a sua presença e a sua ajuda. O conservador, em troca, mostra-se menos zeloso com a liberdade. De acordo com os conservadores, advertiu Lorde Acton, a liberdade para os homens é tida como um luxo e não como uma necessidade. Em tal escala de valores, a liberdade pode, consequentemente, ser sacrificada, se as circunstâncias assim o exigirem, ou ficar sujeita à desvalorização por algum bem distinto tido como superior, como a ordem e a segurança, o bem-estar ou a paz, a tradição ou os bons costumes.

Num ensaio intitulado O que é ser conservador?, Michael Oakeshott mostra que o conservador não se identifica na política pela defesa intransigente de alguns determinados princípios, mas, sim, pelo fato de mostrar, perante a política, uma particular ‘disposição’, a saber: a sua desdobrada tendência à moderação. Segundo ele, um conservador é aquela pessoa propensa a atuar de modo moderado e como moderador. Dentro dessa perspectiva, a função do Governo consistiria, em primeira instância, em evitar a excitação dos ânimos dos indivíduos, a fim de minimizar o impacto de conflitos e querelas. O conservador aprecia a contenção e a conciliação, a concórdia e a evitação de tensões; em consequência, repudia qualquer tipo de radicalismo…

Segundo Oakeshott não há nada inconsistente nem contraditório em ser conservador a respeito do Governo e radical a respeito de qualquer outra esfera, como os costumes e os valores. É possível combinar as obrigações morais e as convicções éticas, os compromissos públicos e os sentimentos privados, sem cisões internas e sem ‘rasgar as roupas’. As possibilidades de tal convivência afetam tanto a área das coerências pessoais quanto a das alianças práticas. Liberais e conservadores podem, portanto, entender-se mutuamente e chegar a acordos, desde que a responsabilidade não falhe ou o humor não se desfaça. Em matéria de mestres, o parecer de Oakeshott é de que “há mais que aprender acerca desta disposição [a conservadora] de Michel de Montaigne, Blaise Pascal, Thomas Hobbes e David Hume do que da de Edmund Burke ou Jeremiah Bentham.” Contudo, a ‘disposição’ conservadora e a ‘atitude’ liberal não confluem facilmente, embora não falte quem fomente na política a adoção de uma postura liberal-conservadora, como expressão efetiva de uma práxis niveladora.

Inclinar-se pelo liberalismo e distanciar-se do conservadorismo não significa relegar ou renunciar àquilo que é mais proveitoso em cada tradição. Mas, se existem liberais que chegam à conclusão de não ser conservadores, talvez eles devam explicar por que não o são.

II. Porque ser liberal não significa, necessariamente, ser conservador

Numa espécie de post-scriptum do livro Os fundamentos da liberdade (The Constitution of Liberty, 1960) o importante ensaio de Friedrich A. Hayek, ‘Por que não sou conservador?’ constitui uma declaração de princípios do autor sobre o que é ser liberal e o que não é. Nele ficou demarcado o espaço próprio de atuação daqueles que, desde a época do liberalismo, encontram-se, vivencialmente, mais entre conservadores e socialistas, servindo de fachada de uns e enfrentando outros. De fato, sustém Hayek, na prática política, o liberal muitas vezes não tem outra alternativa senão apoiar-se em partidos conservadores, procurando não perder a alma e a própria identidade em tal operação, a fim de frear o avanço do socialismo.

Diferentemente dos socialistas e dos conservadores, o liberal não é, quer por definição quer por coerência prática, um homem de partido. É um partidário da liberdade. Em tal esforço ele empenha a sua ação, a dimensão prática de sua vida. O compromisso com esse ideal e objetivo faz com que se sinta completamente incompatível com o socialismo. Isso inclui qualquer forma de socialismo que os mais diversos grupos e partidos políticos adquiram ou adotem. O partidário da liberdade é o indivíduo que se mostra oposto — ‘radicalmente oposto’, sublinha Hayek — ao conservadorismo. Por que um verdadeiro liberal não pode ser um conservador?

Estritamente falando, o liberal mantém um conflito de ideias com o conservador. Como já anteriormente assinalado, o conservadorismo exibe uma determinada ‘disposição’ perante a ação (ou a não ação), enquanto que o liberal revela sobretudo uma ‘mentalidade’. Na hora de delimitar objetivos, a disposição conservadora olha para o passado, mede as palavras e os passos que dá; ou seja, se modera. O conservador não estimula nas pessoas o gosto pela novidade (no fundo ele a teme e a detesta); a atitude liberal, pelo contrário, “sempre olha adiante” (Hayek, op. cit.). O liberal não se opõe à evolução, às reformas e tampouco às mudanças: “não lhe preocupa a distância em que estamos nem a velocidade em que vamos; a única coisa que lhe importa é esclarecer se estamos a caminhar na direção certa” (Hayek, op. cit.). Tal inclinação está muito relacionada com aquilo que necessariamente anda junto com a liberdade, como a espontaneidade.

Lorde Acton dizia que a essência da liberdade consiste em não crer na santidade do passado, uma vez que nada é mais sagrado do que a liberdade. Eis aqui, talvez, a chave do nosso assunto.

Aceitar a livre evolução dos fatos, o movimento dos acontecimentos e da vida, implica confrontar com valentia a contingência irredutível e ingovernável que é própria da sorte. A planificação e as regulagens obsessivas que definem o modo de atuação socialista (o seu ‘racionalismo torpe’) não se distanciam muito, no fundo, da paixão conservadora pela lei e a ordem, do desejo de que tudo esteja sob controle. O movimento da liberdade implica derrubar ídolos, bem como todo e qualquer obstáculo que freie ou impeça o desenvolvimento pleno das possibilidades humanas e a espontaneidade dos nossos atos, embora ignorando, às vezes, onde possam nos levar, posto que frequentemente “procedemos um tanto às cegas” (Hayek, op. cit.). Isso não significa abandonar-se a uma conduta louca e irresponsável, mas sim, entregar-se à defesa de uma existência aberta e expedita. A ação do homem livre só está limitada àquilo que a lei expressamente proíbe ou que a experiência acumulada prudentemente desaconselha.

A ligação estreita com a ordem e com o controle das ações explica a ‘afeição’ do conservador pelo autoritarismo, a rejeição da liberdade plena e a disposição a aceitar a coação e a ‘arbitrariedade estatal’ como veículos de imposição de crenças e objetivos práticos, especialmente quando as coisas não vão de acordo com os seus planos. Frente a esta disposição, a atitude do liberal oferece um perfil certamente radical.

Um regime de liberdade pressupõe fixar uma atitude que prescinda “substancialmente da coação e da força” (Hayek, op. cit.), embora tenhamos anseios por modos de atuação atraentes, estimulantes e tentadores. Sobre isso Hayek adverte com uma pungente perspicácia que, devido à sua substancial falta de princípios, os conservadores em geral rechaçam as medidas socializantes, protecionistas e dirigistas próprias dos seus adversários, exceto… quando essas medidas os beneficiam ou lhes são lucrativas.

Contudo, há uma “debilidade do conservador” que dificulta bastante a convergência com o ser liberal. Trata-se da distinta posição adotada por um e outro perante o progresso das ciências, os valores morais e a abertura das ideias. Nesse capítulo de profundas convicções, Hayek se mostra radicalmente sincero: “Vamos falar claramente: o que me incomoda no conservador é o seu obscurantismo” (Hayek, op. cit.). Hayek confessa, por exemplo, a irritação que lhe causa a oposição teimosa de tantos conservadores à teoria da evolução e às explicações “mecanicistas” do fenômeno da vida.

Se tal incômodo foi expresso pelo autor austríaco em 1959, que tipo de sentimento pode ter um liberal do início do século XXI, quando percebe que não poucos conservadores, criacionistas e partidários do “desenho inteligente e intencional” da natureza, por exemplo, põem em pé de igualdade a letra da Bíblia e o discurso científico dos cientistas evolutivos e neoevolutivos?

Quando perguntado, anos atrás, acerca da definição de neoconservador, Irving Kristol respondia o seguinte: é “um liberal atracado na realidade”.

III. Radicais e extremistas

O filósofo norte-americano Robert Nozick publicou, em 1997, um sucinto e bastante esclarecedor artigo titulado ‘As características do extremismo’, incluído no livro de recompilação Socratic puzzles (Quebra-cabeças socráticos, 1997), bastante útil para não confundir o conceito de extremismo com o de radicalismo. Nele, Nozick oferece um retrato sucinto do tipo extremista articulado a oito sinais indicativos desse comportamento.

O primeiro sinal específico de um extremista é a sua tendência a tensionar as posições e levá-las ao limite, o que o coloca literalmente às margens da realidade e o compele a adotar habitualmente posturas excessivas, ‘marginais’ e, eventualmente, meramente testemunhais. Assim, o extremista se exercita sobre a corda estirada ou sobre “o que for o mais difícil de tudo”, e, em tal faina de aeromodelismo, não teme ser visto com admiração e tampouco aplaudido por uma plateia extasiada. Nessa exibição, como noutras que veremos a seguir, um extremista tem muito pouco em comum com um radical.

A segunda característica do extremismo é tomar como inimigo quem quer que se mostre contrário aos seus postulados: “quem não está comigo está contra mim”. Eis aqui uma afecção infectada de ardor e fanatismo: o que o extremista odeia, até a morte.

A terceira característica do extremista é a repugnância que sente por acordos e compromissos, sempre interpretados como deserção dos objetivos. A seus olhos, fazer um acordo ou propor um contrato significa forçosamente “rebaixar-se”. Ao observar um adversário muito distante de onde o mesmo se encontra (de onde ele próprio se fixou), acaba julgando-o como uma pessoa inacessível, incompreensível e intratável.

Em quarto lugar, os comportamentos extremos e endurecidos estão próximos do uso da força, o que nas mãos de um intransigente torna-se de imediato em pura violência. A manifestação mais patente — diríamos quase, ‘mais natural’ — do extremismo é, portanto, o terrorismo. A rigor, o terrorismo não significa violência radical, mas sim violência extrema.

Em quinto lugar, destacam-se a impaciência e a incontinência: os objetivos e os propósitos perseguidos hão de ser alcançados de imediato e por completo. O extremista é um indivíduo precipitado e expedito. Enxerga qualquer atraso na vitória como um fracasso ou derrota. O extremismo não se traduz apenas num “tudo ou nada”, como também num “agora ou nunca”.

O extremismo, em sexto lugar, não se proclama na solitude ou de modo individual, pois requer um cenário grupal e comunal. O extremista, pouco convencido, na realidade, de suas próprias forças (sempre humanas, demasiadamente humanas), necessita estar rodeado de camaradas para assim sentir-se “compelido” a agir. Como impõe objetivos “impossíveis”, necessita amplificar a sua ação com o concurso de outros para assim sentir-se vestido.

A sétima característica do extremista é o fato de situar-se, como norma, no extremo do espectro político, não de fato ou conjunturalmente, mas sim sistematicamente. Se alguém ocupar o seu lugar extremado, ele se arredará dando um passo mais adiante. Quem joga o jogo do extremismo não permite que ninguém seja mais extremista do que ele. O extremista não consegue parar; é preciso que alguém o pare.

Finalmente, em oitavo lugar, o extremismo prático (não há outro; o teórico não passa de simples retórica) se nutre do extremismo de base psicológica ou de atitudes. Não é extraordinário que um extremista ziguezagueie pelo arco político ininterrupto, passando, por exemplo, da extrema esquerda para a extrema direita, e vice-versa. Tampouco permite a criação de convergências. A história do totalitarismo, sem ir mais longe, traz abundantes casos deste gênero. O movimento do extremista é horizontal; o do radical, vertical.

Radical, conservador ou extremista? Na minha opinião, o político que tenta ofender o seu adversário acusando-o de ser radical não age inteligentemente. Tal imputação representa, na prática, um elogio. O mesmo não ocorre com a qualificação ‘extremista’. Como afirmou Nozick: “raramente há alguém disposto a dizer ‘Esta é a postura correta, e é uma postura extremista’”. Tal sentença foi proferida por um filósofo que costuma ser qualificado como ‘libertário’. A propósito, Hayek não gostava dessa última designação: era demasiadamente “artificial e rebuscada”, segundo ele próprio confessou.

Isso não vai à raiz das coisas, mas busca arrancá-las pela força.

Isso não se dará, digo eu, por haver dentro do liberalismo um posicionamento extremo, ou para fugir, no final das contas, de outro tipo conservador, mas talvez por adotar em seu seio uma atitude marcadamente radical. Mas isso é um outro capítulo na história do liberalismo.


*****
Fernando R. Genovés (Valência, 1955) é escritor, ensaísta, crítico literário e analista cinematográfico. É doutor em Filosofia pela Universidade de Valência (Espanha), e ganhador do Prêmio Juan Gil-Albert de Ensaio em 1999. É autor de numerosos artigos em jornais e revistas especializadas, como Libertad Digital, ABC Cultural, Claves de Razón Práctica, Debats, Revista de Occidente e El Catoblepas. Até o momento já publicou 13 livros de não ficção, entre os quais cabe citar Marco Aurelio. Uma vida contenida (2012), La ilusión da empatía (2013), Dos veces bueno. Breviario de aforismos y apuntamientos (2014), El alma das ciudades. Relatos de viajes y estancias (2015). Mantém os seguintes blogs: Los viajes de Genovés, Cinema Genovés y Librepensamientos.

 

Nota

© F R Genovés. O presente ensaio foi extraído do libro La riqueza da libertad, 2016. ISBN e-book 978-84-608-6112-6, disponível na Amazon.

 

Tradução: Jo Pires-O’Brien (UK); Revisão: Débora Finamore (Br)

 Referência

Genovés, Fernando Rodriguez. O Liberal é um radical ou um conservador? PortVitoria, UK, v.14, Jan-Jun, 2017. ISSN 20448236, https://portvitoria.com